Disse que voltaria pra contar os detalhes da adaptação de Dudu dia após dia, mas não deu. É um momento bastante estressante, sabem? Dormi muito mal esses dias de tão frenética que passei pelas horinhas da creche, simplesmente fui incapaz de descansar quando era hora.
Logo no segundo dia já tive que deixar ele meia hora sozinho. As professoras me disseram pra "dar uma voltinha", já que não tem muito lugar onde esperar na escola e eu fui. Ele começou a chorar faltando dez minutinhos pra acabar o tempo. Chorar não, berrar frenéticamente como ele faz aqui em casa quando tá de birra. Elas se assustaram. Tentaram ligar pro meu celular, mas alguém da escola copiou o número errado e elas não conseguiram. Eu já estava a caminho mesmo pra buscá-lo, mas levei cinco minutos pra chegar e ele ficou fazendo o escândalo durante esse tempo. Acho que elas ficaram mais traumatizadas que eu ou ele!
No terceiro dia ele não quis sair de perto de mim por nada. Isso porque, nos dois primeiros, ele já tava engatinhando por todo o espaço e brincando com todos os brinquedos. Quando saí do berçário, começou a gritaria. Eu fiquei meia hora do lado de fora da escola esperando e ouvindo. As professoras me chamaram e eu trouxe ele pra casa, disseram que se eu insistisse poderia traumatizá-lo e tudo.
No quarto dia ele já começou a chorar quando entramos no berçário. Só pude ficar dez minutos com ele e estava decidida a ficar plantada no sol do lado de fora esperando até a hora de ir embora, duas horas depois. A diretora me deu um bronca, disse que eu tinha que sair, tinha que deixar ele chorando, que aquilo não era choro de sofrimento com lágrimas e sim uma manha pra me manipular. Olha, acho que ela tinha razão até certo ponto. Realmente era aquela gritaria igual a que ele faz quando tá de birra em casa. Não relaxei, obviamente. É muito difícil ouvir seu filho gritando continuamente e não intervir. A adaptação é, de fato, mais difícil pros pais. Ele acabou ficando até a hora de sair, demorou mais de uma hora pra se acalmar, mas se acalmou, brincou e dormiu.
Ontem foi o pai que deixou ele lá. Resolvemos revezar pra ver se isso ajuda ele a se adaptar melhor. Novamente começou a gritar assim que entrou no berçário. Eu fiquei do lado de fora da escola ouvindo tudo... É uma tortura. Eu não deveria ter ido (aliás, foi o que as professoras e a diretora me recomendaram). Mas por mais que eu tenha plena confiança no meu marido, mãe é mãe, né? Deixamos ele lá e voltamos pra buscar três horas depois. Pra minha surpresa, ele se acalmou mais rapidamente, brincou, tirou fotos fantasiado, dormiu, tomou banho... E quando fui até a porta do berçário buscá-lo, ele não demonstrou mágoa ou afliação, saiu tranquilo de lá.
Acho que estamos fazendo progresso. É lógico que, agora com o Carnaval, vamos precisar retomar a adaptação. Pelo menos, um pouco mais. Mas não tenho pressa. Prefiro que ele se adapte bem pra que eu possa organizar a minha vida semestre que vem, de repente. Fiquei pensando se não seria muito torturante pra ele passar por esse processo agora, com quase um ano de idade, mas no fim das contas, ele teria que passar por tudo aos dois anos e meio ou três anos e aí, como o entendimento seria maior, a "lenha" também seria. Eu preciso que ele frequente a creche e tenho certeza que ele vai tirar muito proveito disso. Ele precisa de outras crianças, precisa de espaço, precisa de musiquinhas e brincadeirinhas que eu não tenho com ele, por mais que eu me esforce.
Quando as crianças são maiores, a adaptação não é pior, não. Muito pelo contrário. A adaptação do maternal II, onde todas as crianças já estão com quase 3 anos ou mais, praticamente não teve choro. Pelo menos não teve pela ausência dos pais. Teve choro de frustração e outros. Mas é bem diferente. Cheguei até cogitar esperar mais um ano para colocar a Míriam.
ResponderExcluirEu já li que, quanto mais nova a criança, menos ela tem noção de tempo. Então, por mais que você explique que vai voltar, pra ela, você está a abandonando. Imagine que triste. Vai demorar pra ela entender que você volta. Só com as repetições dos dias (e do sofrimento) é que ela entende.
A Míriam já compreende bem que eu vou voltar e aceitou numa boa. É outra cabeça.
Mas, pelo que estou vendo lá no Mopi, é assim mesmo. Segura o coração que uma hora ele entende e vai começar a curtir tudo. É só esse comecinho. É a criança, a mamãe e as tias todos se adaptando. Com o tempo, as tias tb vão descobrindo a melhor forma de falar com ele, de acalmá-lo...
Vai melhorar. Força. Respira no Carnaval e bola pra frente. :)