Super mãe.

Gostaria de me sentir menos culpada por não querer ser uma super mãe. Hoje parei pra ver um programa matinal desses e as pessoas discutiam justamente isso. Não se pode ter tudo, né? Se a gente escolhe se dedicar integralmente aos filhos, abre mão de coisas que gostaria muito de ter, se a gente escolhe ter essas coisas e ter filhos, perde coisas que não perderia se fosse inteiramente dedicada a eles... Não dá pra ter tudo mesmo e ponto final. Eu, por enquanto, sou integralmente mãe. Eu tento estudar (me esforço um monte porque, gente, como é difícil estudar com filho pequeno!), mas isso consome uma parcela mínima do tempo total passado com o meu filho, fazendo as coisas com ele e pra ele. Acabo me achando a pior mãe do mundo por isso, de tempos em tempos. Não sou, mas acho. Essa cobrança "cultural" de ser super mãe, de ser uma mulher multifuncional, é que mais atrapalha, na minha humilde opinião. Fosse a gente realmente livre pra fazer as coisas do nosso jeito, tudo seria diferente. Mas quem disse que a gente é? Eu segui muitos dos meus instintos desde que meu filho nasceu, mas ando o tempo todo pronta pra dar passinhos pra trás com os comentários e as "lições de moral" não requisitadas. É difícil. Não quero assumir um papel que não me cabe, esse de mãe que corresponde a absolutamente todas as expectativas de todos. Não correspondo, volta e meia, nem as minhas próprias expectativas... Reclamo, choro, brigo. Sinto muito, muito sono. Sim, até hoje. Às vezes a frustração me consome. Mas eu continuo, né? É assim que precisa ser. A gente precisa continuar. Um dia é bom, dois são ruins. Mas vai ter um dia bom, sempre vai ter um dia bom. E isso vai fazer bem pra gente de uma forma que os dois dias ruins anteriores vão ser arquivados. É isso que me faz uma mãe de verdade: admitir o que eu sinto, admitir o que eu quero, continuar fazendo o que está ao meu alcance - apesar de sono, frustração, pontinhas de tristeza - pra que meu filho seja uma boa pessoa, tenha todo o cuidado necessário, todo o carinho que precisa, toda a atenção.