19 de maio de 2012

Plus também é bonito!

Olha, eu perdi 14kg desde outubro. Só. Só isso. Queria perder 30kg e voltar a ter o peso que tinha antes da gravidez (e que me satisfazia, apesar de não satisfazer ao meu IMC). Por três meses eu fiz a dieta mais rígida do mundo e chorei vendo gente comer coisas que eu "não podia" (POIS É!). Aí veio Natal, Ano Novo, Férias... E eu resolvi que voltaria a comer, de vez em quando, as coisas que gostava porque, cá entre nós, o sacrifício estava sendo muito maior do que eu podia suportar. É, gente, eu gosto de comer. Eu gosto de cozinhar, eu gosto de comer. 

Nos primeiros meses de vida do meu filho - sim, aquele período mega caótico no qual a gente não dorme, não come com calma, não descansa, não consegue assistir 15 minutos de televisão e nem falar 10 minutos no telefone -, a única coisa que me deixava "melhor" era comer. E eu comi. E eu comi 15kg, além dos 13 que eu já tinha ganho na gravidez. 

Uns 14kg eu já eliminei. Sofrendo horrores, mas eliminei. Decidi parar de sofrer horrores e só sofrer um pouquinho, de uns meses pra cá. Não ganhei nada, mas não perdi. Continuei visitando a nutricionista, mas continuo comendo no BurgerKing de vez em quando. Não faço mais uma dieta tão restritiva, mas mantenho muitas coisas que aprendi com ela: comer mais salada (as cruas, em especial), comer menos arroz (3 colheres rasas de sopa, uma vez ao dia), não misturar arroz com macarrão, batata, aipim e coisas do gênero, diminuir a quantidade de carne vermelha na semana, beber mais água, etc. Mas acabou a paranóia de "NÃO POSSO COMER PIZZA!". Acabou mesmo, porque a gente é fã de pizza aqui em casa e eu como, pelo menos, duas fatias por semana (na sexta à noite, que é noite oficial de pizza e noite de não fazer comida na minha casa). 

Vale a pena? Não sei. Eu sou ridiculamente imediatista e queria, no primeiro momento, emagrecer todos os 30kg em três meses, achava que ficaria desanimadíssima se não conseguisse algo do tipo. Agora já comecei a aceitar melhor algumas coisas.

Aceitei que não adianta não comer o que se gosta e ficar chorando, resmungando, de mau humor o resto do dia. Então eu como. Moderadamente, mas eu como. Aceitei que eu não vou ser algo que eu nunca fui: magra. Aceitei que ser "plus size" é bonito também (tinha dificuldade de me achar bonita sendo gordinha, embora nenhuma dificuldade de achar outras gordinhas lindas...). Aceitei que eu caibo bem no tamanho 46 e que isso é legal, mesmo que seja o maior tamanho encontrado nas lojas (em algumas é o 44, nessas eu nem entro!). Aceitei que ser "plus size" não é se descuidar e comer todas as besteiras do mundo e ver tv em todas as horas vagas, por isso continuo com meus exercícios e com as novas regras de alimentação que assimilei pós-dieta. Aceitei que algumas pessoas vão olhar, vão criticar e que, gente, tudo bem!  Porque eu também vou olhar e criticar algumas pessoas por outros motivos... Afinal, somos todos humanos e fazemos isso mesmo, não tem jeito. 

É bonito ser quem você é, magrinha ou gordinha. E não é demagogia. Eu sou bem gordinha, bem mais do que eu seria no meu mundo ideal. Mas eu vivo no mundo real, né? E eu sou bonita sendo bem gordinha. É bonito. 

É bonito sim!

Um comentário:

  1. Ana, que lindo post, tão verdadeiro! Quando comecei a ganhar peso fiquei louca e queria perder milhões de kg para ontem. Sou imediatista tb. Demorou pra cair a ficha e para que eu me olhasse no espelho e gostasse do que vejo. Deveria ser simples, mas não é ne?

    "Aceitei que algumas pessoas vão olhar, vão criticar e que tudo bem porque eu também vou olhar e criticar algumas pessoas por outros motivos... Afinal, somos todos humanos e fazemos isso mesmo, não tem jeito."

    Uma das coisas mais realistas que li nos ultimos tempos!

    Bjs!

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