Não sei se acontece desse jeito com todo mundo, mas comigo a coisa vai indo bem assim: os velhos prazeres são os velhos prazeres. Los Hermanos, depois de uma bolinha de tempo, resolveu se "ajuntar" novamente e fazer shows. E pensar que eu fui num dos tais "shows de despedida" e deixei minha alma na Fundição Progresso. Pelo menos, na época, pensei ter deixado. Não estivesse eu vivendo a fase de não trocar horas de sono por absolutamente nada nesse mundo, eu dava meu jeitinho de ir. Velhos prazeres, entendem?
Show é velho prazer. É prazer que ficou na parte da minha vida onde não constava a existência de um filho pequeno. Talvez volte a fazer parte dela quando ele for maior, mas não fico contando com ovos dentro de galinhas. O mais sábio a fazer é ir vivendo, esperando e medindo o quanto pode ser feito e o quanto não pode.
O que nem prazer era, agora é. A cada quinze dias eu me dou uma tarde de sexta-feira "em liberdade". Como minhas sessões de terapia são de quinze em quinze dias, duas sextas por mês são "livres" e declaro folga, sem ir pra cozinha ou lavar roupa, ou marcar consultas médicas e ir a academia. São, mais ou menos, umas três horas - na prática - de "folga" das quatro que Dudu fica na creche. Aí eu aproveito que meu marido não trabalha sexta à tarde e a gente vai almoçar fora, tomar um café, jogar conversa fora, ver programação não-infantil na tv, etc.
Antes de ter filho, esse tipo de coisa era completamente irrelevante. Sentar no Café do Ponto pra um "coffe avelã" era coisa habitual do fim de semana. Hoje é um prazer imenso, um momento de relaxamento do qual não abro mão e que está dentro das minhas possibilidades. Novos prazeres, entendem?
É claro que dá uma pontada no coração ver os amigos falando tanto dos shows dos Hermanos. Eu não me considero da geração que apreciou Legião Urbana ou, sei lá, os Paralamas do Sucesso, como eles deveriam ter sido apreciados, mas sou da geração que viu Los Hermanos surgir, crescer, se embrenhar pelos caminhos que se embrenhou, anunciar uma separação e voltar. É, eu curti da demo mal gravada ao suposto show de despedida... Depois disso, meu filho já estava nesse mundo e LH estava no meu player, único jeito de ouvir música aproveitando as viagens de ônibus para a faculdade ou as esporádicas idas a academia.
Mas, sabem, essa semana eu tive uma sexta-feira de "folga" e tomei meu "coffe avelã" com o marido. E é assim que as coisas são - não sei se assim devem ser, mas assim que são - e vão acontecendo: uma de cada vez, conforme a vida real permite.
Olha! Você tem blog! E escreve muito bem...pode atualizar mais vezes, tá? hahaha
ResponderExcluirbju