Antes de ser mãe eu não me incomodava tanto com o que pensariam a meu respeito (por conta das roupas, das músicas, dos livros, dos seriados de tv). Por que parece que esse peso de ter que ser uma coisa que a gente não é fica dobrando as nossas costas depois que temos filhos? Sempre questiono minha terapeuta, nunca achamos uma resposta satisfatória.
Esses dias voltei a assistir um dos meus seriados preferidos. Baixei logo a temporada inteira porque não tenho como seguir os horários da tv. Estou devorando, assistindo os episódios em qualquer espacinho de tempo que arrumo nos meus dias. Vício. É, deve ser essa a palavra.
Sou viciada em ficção. Ao menos, ando viciada nela. É tão bom me transportar por quarenta minutos pra uma cidadezinha na Virginia e ser disputada por irmãos vampiros bonitões que fariam qualquer coisa por mim. Ai, delícia! Quando o episódio acaba e a realidade da louça suja, da roupa pra pendurar, das fraldas e do marido que só chega do treino depois das 21h bate, o desânimo me toma.
Dá vontade de desligar a vida e ligar a tv. Ah, dá.
E, ao mesmo tempo, dá vergonha de ter 27 anos e me deixar vivenciar um seriado adolescente com essa intensidade. A tal da cobrança da maternidade pesa nas costas. Uma cobrança que talvez nem seja por parte dos outros - ok, às vezes é sim, uma vez que mães e avós insinuam coisas sobre "crescer" e "ser adulto" como se eu ainda fosse pré-adolescente -, mas interna, uma espécie de "você agora tem um filho e precisa agir como sua mãe agia". Como lidar, não é mesmo? Afinal, não sou minha mãe e, cá entre nós, cada mãe é uma mãe.
Meu vício não chega a ser vício e muda de tempos em tempos. Até joguinho do Facebook tem seu espaço na "vagabundagem" diária. hehehe
ResponderExcluirOlha. Eu tava falando sobre isso no final de semana. As não-mães possuem hora pra trabalhar, hora pra estudar, hora pra lazer. A gente precisa se virar pra encaixar tudo isso aí na nossa vida, ao mesmo tempo, atravancado, em paralelo, então, é saudável e temos todo o direito de "vagabundar" um pouco em meio ao caos, já que trabalhamos muito nos momentos que deveriam ser de lazer, não é mesmo?!
Precisamos de válvulas de escape já que trabalhamos 24 horas 7 dias por semana. Só me importei com a opinião alheia nos primeiros... sei lá... uns 10 meses, eu acho. Antes da minha filha ter um ano, já estava cag@ndo pra opinião dos outros. :)