Adeus, 2011. Às vezes acho que vai tarde... Preciso confessar: não fui aquela grávida ansiosa pro nascimento do bebê. Quer dizer, fui até uma ou duas semanas antes do parto. Foi nesse meio tempo que começou a cair a ficha da "prisão domiciliar", das noites sem dormir, das dores, do cansaço e do monte de gente prontinha pra me encher o saco com "faça isso, não faça aquilo". Entrei em pânico faltando alguns dias pro nascimento do Dudu. Em pânico. Queria voltar no tempo.
É, 2011 foi difícil "pra caraleo" (só metendo um palavrão mesmo, desculpem!) pra mim. Não sei se é possível se preparar pra ser mãe - acho que não mesmo, por mais que se queira -, mas eu, definitivamente, não estava nem perto de estar preparada. Foi um sofrimento gigante - sim, digam que eu sou exagerada, mas lembrem-se sempre: a intensidade das coisas que vivemos é sentida de forma diferente pra cada um - e que me marcou de tal forma que estou convicta de não ser mãe novamente.
Talvez tenha sido o momento errado, talvez tenha sido o modo como a coisa foi tratada, talvez eu não estivesse (e ainda não esteja) pronta pra abrir mão de dormir bem, comer bem, sair, estudar, ir pra academia, ver um filme, ler um livro, ouvir uma música, tomar banhos decentes, cuidar dos cabelos, etc. Essas são coisas que ficam um pouco mais difíceis quando se tem um bebê em casa, quem passou por isso sabe bem direitinho!
Uma vez minha terapeuta me disse que muita gente não se importa de viver isso porque "sempre" viveu isso. Sempre cuidou de uma casa, de outras pessoas, não tinha outras aspirações além, etc. Não sei, não posso afirmar nada disso, mas até concordo. Eu sempre sai a hora que eu queria, com quem eu queria, dormia 10h por noite, estudava, trabalhava, fazia meu pilates, tomava banhos demorados, cuidava do cabelo e das unhas, cuidava do meu psicológico, me divertia com livros, filmes, músicas... E foi tudo cortado, literalmente, de um dia pro outro. Muito, muito difícil pra mim.
Hoje já estou bastante "ajeitada" com a situação. Existem várias coisas que ainda me incomodam, de uma forma ou de outra, mas respiro, conto até dez, tento me conformar... E vou vivendo. Se isso faz de mim uma péssima mãe, então, eu sou uma péssima mãe. Mas acho, sinceramente, que a boa mãe não é a que abre mão de quem ela é em prol do filho e sim a que "dá um jeito". Essa sim é a tal da "super mãe". E no quesito de dar um jeito, estou me tornando mestra. Todo dia eu dou um jeito em alguma coisa, vou testando idéias, vou vendo como posso fazer mais coisas ao mesmo tempo pra suprir o fato do dia ter, apenas, 24h.
Esse ano não foi muito bacana pra mim. Foi coisa demais que caiu no meu colo e eu precisei lidar. Sem saber lidar, é claro. E agora que eu tô dominando as técnicas, vem entrando 2012... Me resta esperar que eu continue dominando os conhecimentos das áreas - ser mãe e ser Ana Paula - e que esse ano que entra deixe uma impressão melhor e mais suave em mim. Tenho muita coisa ainda pra cuidar, pra entender, pra me adaptar, pra crescer e pra acreditar. Vamos ver, né? Trabalho todos os dias pra viver melhor com o que tenho, dentro das minhas possibilidades, com o que a vida me ofereceu.
Feliz 2012 pra todos vocês! Obrigada por aturar minhas confissões por aqui... Imagino que muitos lêem e pensam que eu sou negativa, mau humorada, reclamona e imatura... E, ok, pode ser que eu seja mesmo! *Hehehehe... vou ter que inserir uma gargalhadinha aqui!* Tenho tanto pra aprender nessa vida, tanto... Isso aqui é, pelo visto, só o começo!
Esse é só o começo
do fim das nossas vidas...(L.H.)
De todas as minhas amigas que são mães, você é a única q eu admiro, a única q eu presto atenção, leio o que escreve, acompanho, porque é a única que é sincera, não esconde o que pensa e sente, independente da natureza do sentimento. Seja com relação a maternidade, seja com relação a vida.
ResponderExcluirOk, 50% das minhas amigas planejaram ter filhos e relatam como se fosse a coisa mais maravilhosa do mundo, o que é normal pois estavam psicologicamente e fisicamente preparadas pra isso, ansiosas, cheias de expectativas e planos e acredito que toda essa carga emocional abrande em muito o processo de gravidez, parto e cuidados de um RN. Mesmo que sofram, acham compensatório no final já que foram auto-sugestionadas. É como alguém que faz a plástica que sempre quis. É horrivel, dolorido, a recuperação é a pior de todas, mas a pessoa está tão condicionada que vai dizer que foi molezinha, nem doeu!
Já as mães por acaso, como você, vestiram a máscara da mãe-perfeita-e-feliz-de-comercial-de-margarina, praticamente prenderam fitas adesivas nos cantos da boca pra forçar um sorriso constante, pois descobriram por acaso, num estalar de dedos, que ser mãe era tudo o que sempre quiseram na vida já que é assim que a sociedade as obriga a se comportar. Qualquer coisa diferente disso é errado, é "feio"!
Eu te admiro porque você nunca assumiu a postura de "mãe-doriana", você verbalizou seu sofrimento, seu incomodo, suas frustrações. Quebrou o estigma de que ser mãe é lindo, perfeito, rosinha no mundo do arco-iris de felicidade como 99,0% das mães pregam, e mesmo assim em nenhum momento pareceu uma péssima mãe, em nenhum momento passou a imagem de que não ama e de que não cuida maravilhosamente bem do seu filho. Acredito mais em você quando diz que ama o dudu do que nas mães-doriana.
Então, fodam-se as críticas, as reprovações, as insinuações... Só você sabe o que sentiu e sente, o que passou e passa. Cada mulher vivencia a maternidade de uma forma.
Levante a cabeça e orgulhe-se, porque pra mim, você é muito mais mulher do que a grande maioria das mulheres que conheço.
Feliz 2012!
Sou amiga da Ana Dame. :)
ResponderExcluirOlha, vi que 2011 foi seu primeiro ano como mãe e mesmo eu tendo me programado com 1 ano de antecedência, mesmo eu tendo planejado o mês da concepção e todos os planejamentos possíveis e imagináveis, ninguém está preparada. Ninguém! Acredite.
E é no primeiro ano que mais mudamos de opinião, erramos, sofremos pressão e perdemos a perspectiva. Tem meu apoio. :P
Conforme minha filha foi crescendo é que eu fui percebendo o tempo passar rápido e só então fui aceitando todos os sacrifícios que fazemos, pois são sim, sacrifícios. Mas, com o tempo, se "sacrificar" já não é tão ruim e as exigências também vão diminuindo. Ou será que somos nós que vamos nos acostumando? Não sei. *risos* Sinto que, com o tempo, a gente vai se sentindo mais mãe, e nos entregamos sem tanto esforço.
Concluindo: com o tempo, a coisa melhora. :)
E parabéns pelo filhote. =^^=