16 de dezembro de 2012

Sobre dezembros e mágoas.

Vem mais um dezembro e eu me lembro do meu dezembro de grávida. Eu descobri com 10 semanas de gravidez, mais ou menos em setembro de 2010, mas fui contando aos poucos para as pessoas, já que a reação dos mais próximos foi difícil de "engolir". Dezembro é época de reunir a família. Antigamente era todo domingo. E reunir família naquele começo complicadíssimo de gravidez era tudo o que eu não queria. 

Estou aqui tentando me organizar para as comemorações familiares (e não familiares também) de fim de ano e acabei me lembrando daquele Natal de 2010. Ouvi coisas tão antiquadas como "você vai ter que parar de estudar pra cuidar de um filho" e coisas tão doloridas quanto "você não tem maturidade pra cuidar de uma criança" e das pessoas de quem mais precisava de apoio, carinho e compreensão. É duro de lembrar e impossível de esquecer.

Agora todo dezembro é assim. E se eu perdoei? Não sei. Não sei nem bem se as pessoas acham que deveriam ser perdoadas pelas coisas que me disseram e pelo mal que com elas me causaram. Aposto que sequer sabem o que ter ouvido esse tipo de coisa, não obstante as atitudes que tiveram depois que "a poeira baixou", me causou. Com certeza nunca pararam pra pensar em como isso afetou minha "auto-estima de mãe", aumentando a tal da "culpa materna", inerente ao processo da maternidade, em, sei lá, uns mil por cento, talvez... Nem sabem, nem pensam a respeito e se sabem e pensam, certamente acreditam que as atitudes tomadas depois do primeiro momento compensaram tudo. 

Gostaria de dizer pra vocês que essas atitudes não compensaram. E que eu não parei de estudar, não parei de viver, não deleguei a função de criação do meu filho pra ninguém. Eu só sofri muito mais do que teria sofrido se, no primeiro momento, eu não tivesse sido tratada como uma pré-adolescente que fez a maior "burrada" da vida. 

Mas querem saber de uma coisa? Nunca um verso definiu tão bem um momento de vida como esse que deixo pra vocês:

Faço o melhor que sou capaz
Só pra viver em paz.

2 comentários:

  1. Ser mãe não é facil ... As vezes uma pessoa com 20
    poucos anos pode está bem mais preparada do que uma pessoa com 40 anos ... Conheci uma moça de 37 anos que está há 15 anos ente namoro, noivado e casada com o atual marido é não senti preparada pra ser mãe ... É o marido é doido pra ser pai ... Enfim, vc está se saindo bem :) é difícil esquecer que nos magoa ...mas, infelizmente é necessário ... Até para nos sentirmos mais leves ...

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  2. Imagino o que vc tenha passado, apenas imagino porque não tenho filhos. Mas passei por algo semelhante a isso no quesito ter apoio da família quando mais se precisa. E depois eles tentam compensar...

    Assim, eu sou do tipo que ando não querendo carregar bagagem na minha vida que não sejam coisas boas, então o que tenho a dizer é: releve. Supere.

    Eles erraram como nós também já erramos e poderemos errar com nossos filhos. O amor deve superar tudo. Outro dia vi um documentário onde crianças explicavam o que era o amor e uma delas falou: "quem ama perdoa, se não perdoa é porque não era amor".

    Simples e certo: perdoe-os e se liberte de carregar essa "auto-estima de mãe" que você criou por causa das palavras deles...palavras ferem e machucam e fica difícil esquecer, eu sei. Levo palavras até hoje na memória, embora eu tenha provado que elas estavam erradas, mas machucam só de lembrar. (dessas que tô falando não envolve apenas família...)

    Faça com que os dezembros atuais sejam a melhor recordação e apague aquele que foi apenas um...

    Você viverá mais leve, acredite.

    Você é uma super mãe!
    bju

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